segunda-feira, janeiro 09, 2006

As conversas que se podem ter num táxi, às tantas da manhã!

À saída do T. Objectivo único: ir para casa sem grandes conversas. Depois de horas a dançar, ora numa sala, ora na outra. Cansaço. Álcool. Riso. Brincadeiras. É precisamente nestas alturas, que surgem aqueles diálogos mais indescritíveis, para os quais não se tem paciência, e que acabam por nos tirar o sono. Foi mais ou menos este, o que mantive com um taxista.
Taxista: Oh, menina posso fazer-lhe uma pergunta? Não leve a mal.
Eu: Uhm. Sim diga.
(Ai, ai onde é que isto vai parar?!)
Taxista: A vida dá tantas voltas, mas, porque é que vai ali àquele sítio? Tem muitos homens. E beijam-se e tudo!
Eu: Sim, mas também tem mulheres, sabe disso?!
(Eu sabia, eu sabia que ia dar nisto)
Taxista: Sim, sei. É isso, é isso. Mas o que a leva ali? Não leve a mal, não?
Eu: Não, não levo. É para ir dançar, estar com os amigos, ouvir música… mas diga, diga.
(Vá lá, que agora tou curiosa e atenta)
Taxista: Sabe, é que tenho um problema. Pode ser que a menina me ajude. É a minha mulher. Estamos casados há muitos anos, mas ela agora diz que quer ter experiências com mulheres e que sente desejo por elas. Até vemos juntos aqueles filmes, sabe quais são? Aqueles em que há sexo entre mulheres. Ela fica entusiasmada, até faz aquelas coisas…debaixo das mantas. E depois quer sexo comigo.
Eu: Pois, pois.
(Imaginem. Sono? Eu? Parece que tinha bebido 10 cafés)
Taxista: Não leve a mal. Mas eu já não sei o que fazer. Ela diz que quer que eu assista, mas sem participar. Diz que é uma forma de dar cor ao nosso casamento. Acha bem? Até já marcou umas coisas, através de um anúncio.
Eu: Bom, essa é uma decisão do casal. Se ambos concordarem não vejo porque não.
(Ai a minha vida. Agora sou conselheira matrimonial)
Taxista: E a menina, gosta?
(Depois de engolir em seco) Pergunta se eu gosto de estar com mulheres? A resposta é sim.
(Recordo que estava num táxi, e nunca se sabe)
Taxista: Ah! E é casada? Não leve a mal, não leve a mal.
Eu: Não, não sou.
Taxista: E se fosse consigo? Dizia que sim? Por favor, não leve a mal.
Eu: Como lhe disse, essa é uma decisão do casal. Eu não lhe posso responder a algo que nunca vivi.
(Outra vez? Até parece que quer a minha autorização. Avance, homem, avance!)
Taxista: Pois, pois. Entendo. Tem razão. Olhe, chegámos. Obrigada pela ajuda. Sabe, precisava de desabafar. Vá em paz.
Eu: Obrigada. Seja qual for a sua decisão, boa sorte e bom trabalho. Ah. E novas experiências são sempre bem-vindas.
(Cheguei, já cá estou. Uff! Safei-me!)

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