O Mar da Lagoa do Pinhal
Hoje tomei o meu primeiro banho de mar de 2005. Não sou um rapaz nem de praia, nem de calor, nem de Verão. Comigo é mais frio e chuva de Inverno. Quando vivi em Setúbal a minha época balnear era sempre passada em Tróia. Dava longas caminhadas pelo seu areal. Ainda hoje considero Tróia como uma das mais belas praias do Mundo. Como a minha vida profissional permite decidi visitar o Wolf. Os encantos do Pinhal continuam a fascinar-me. Estou completamente rendido à sua magnanimidade. Ao saber que a haviam aberto a Lagoa ao Mar hoje, aproveitei para ir espreitar o acontecimento. Peguei no pópó (Imaginam-me a conduzir?!?) e lá fui eu a caminho da praia. A praia estava repleta de gente. Realmente a abertura da Lagoa ao Mar é um belíssimo espectáculo. Mas maior beleza tem o acontecimento em si. Todo o momento. Todo a singularidade. As gentes de todas as povoações circundantes e estrangeirada estavam presentes a ver o curso da água. O curso da água. O Curso da vida. A vida é como a água. A vida tem um curso, que nem sempre é seguido é certo. A vida tal como a água é turva, é limpida, é turbulenta, é calma. Vi toda a minha vida passar naquele estreito canal. Quando depois eu ao entrar no Mar por entre fios de cana de pesca invisíveis senti uma envolvência tal. Uma envolvência que me fez lembrar a envolvência que as pessoas têm umas para com as outras. Os sentimentos têm que ter este tido de envolvência, a afectividade, o amor. O Mar envolveu-me. A nossa envolvência foi assim. Envolves-me. Envolvo-te. Envolvemo-nos.
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