As Limitações do Tempo - parte I
O tempo é uma desculpa! Concluí que o tempo é uma desculpa. Uma desculpa esfarrapada. Mais que esfarrapada, esfarrapadíssima. Não, ainda não descobri a pólvora, mas estou no caminho certo. O tempo tem o seu tempo. Contudo também tem limitações. Limitações impostas pela vida, por nós, por isto ou por aquilo. Só o facto de o tempo ter tempo já é uma limitação. Uma coisa é ver o tempo como limitativo. Não é isso que defendo nestas parcas palavras. O que digo é que o tempo tem limitações. De há uns anos para cá comecei a ter consciência de que desde pequeno que não via a vida a longo prazo. A vida adulta para mim era algo inalcançável, algo impossível, algo lá muito longe. Sempre pensei a vida como o ontem, o hoje e o amanhã. Hoje em dia é-me ainda mais difícil racionalizar esta questão. Continuo a ver a vida como tendo um limite, independentemente de ser próximo ou não. O actual "longo prazo" são entre 3 a 5 anos de hoje em diante. 3/5 anos não é nada. Todas estas afirmações têm fundamentos. Fundamentos sobretudo no passado. No passado distante. Por mais que tente não viver a vida presente com o passado a condicionar-me. O passado e o presente condicionam sempre o tempo e a vida. Mesmo que não se queira. Mesmo que não se pense assim. Não estou aqui a falar daquele drama fatalista à António Botto: "Quero morrer jovem e de rosas coroado!". O tempo não é o limite em si mesmo. O tempo tem um limite sem que seja o próprio limite. O tempo tem apenas limitações. E isto não é forçosamente mau.
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