quinta-feira, maio 19, 2005

(des)Humanidade

"UM HOMEM É UM HOMEM" de Bertolt Brecht está em cena no Teatro do Bairro Alto - Companhia da Cornocópia até ao próximo domingo, 22 de Maio. Esta peça fala sobre o estivador Galy Gay no ano de 1925. Assim que na terça-feira passada comecei a ver esta peça a minha mente iluminou-se. O que eu estava a ver em palco era o que tinha nessa tarde conversado com a minha psicóloga. O que estava a ver em palco era Nietzsche e não só Brecht. O que estava a ver em palco era supostas ideias hitlerianas. Como é possível alguém anular-se a si próprio?!? Deixar de ser quem é e passar a ser outra pessoa... Que valor tem um ser humano?!? Galy Gay diz várias vezes: "Um homem só é um homem quando chamado pelo nome!". Esse nome que nos identifica a todos, esse código de barras, se for alterado a pessoa é outra pessoa. Uma pessoa completamente diferente do que era na realidade. No caso de Galy Gay, este deixa de ser o tímido estivador, um "Maria vai com todas", para passar a ser um valente e destemido soldado do exército britanico. Até ao final da peça desejei que Galy Gay recuasse na sua demência, mas não o fez... A peça está muito bem conseguida, os quatro actores pricipais estão magistrais. Parabéns! A não perder...

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